O PONTO DE PARTIDA DA MATERNIDADE CONSCIENTE!
- psicologadamaterni
- 14 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
Você que deseja exercer uma educação respeitosa, positiva ou consciente (como quiser chamar) com seus filhos, talvez fique perdida, sem saber por onde começar e como agir em determinadas situações!
E eu entendo que um bom ponto de partida, seria compreender que a educação consciente parte do pressuposto de que filhos e pais estão numa relação horizontal e não vertical! Vou explicar:
A educação tradicional, que é violenta, baseia-se no poder, no “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. No “criança não tem que querer nada. Só tem que ficar quieta e obedecer”. Ou seja, é o poder nos quais os pais são vistos como figura de autoridade (ou autoritários!) e não podem ser questionados nem muito menos desobedecidos, porque isso é considerado falta de respeito e, portanto, passível de punições. Ou seja, é o poder do adulto sobre a criança.
Já na educação consciente, por outro lado, compreende-se que adultos e crianças estão no mesmo nível! Não há ninguém sobre ninguém. É isso mesmo que você leu! Talvez seja uma realidade difícil de ser aceita por você, que está acostumada a hierarquias! Mas vamos avançar um pouco mais nesse conceito:
O fato de não haver uma hierarquia não significa que a criança não precise de limites, nem que os adultos têm que atender a todos os desejos dela! Mas a relação horizontal propõe que tanto os adultos como as crianças, são humanos capazes, merecedores de respeito e carinho e de serem tratados com dignidade! É claro que as crianças não têm todos os direitos nem os deveres de um adulto! Mas não porque sejam seres inferiores, mas sim porque ainda são imaturas para tais responsabilidades e privilégios! Por isso mesmo, não faz o menor sentido você punir uma criança por aquilo que ela não tem maturidade para dar. Por isso, a sua responsabilidade como adulto, é muito grande! Você sai do “você tem que me obedecer porque eu sou sua mãe e pronto” para “eu vou cuidar de você, te proteger e te ensinar até que você possa fazer isso por si mesma!”
Portanto, aqui, não cabem violências de nenhum tipo. Apenas o amor incondicional. Cada vez que você vê o comportamento desafiador ou não-cooperativo do seu filho, você se lembra que se trata de imaturidade. Não tem como você se colocar numa posição de superioridade e exigir respeito (como sempre foi feito na educação tradicional), de alguém que ainda nem tem total controle de seus impulsos, nem conhece todo o seu corpo e não compreende muito do que acontece à sua volta! Uma criança que bate, é uma criança que precisa aprender a gerenciar o que sente e expressá-lo de uma maneira mais socialmente adequada! Uma criança que diz “não” para um pedido seu, está exercendo uma autonomia saudável e você precisa aprender a conseguir cooperação usando outra abordagem, e uma criança que não coopera talvez esteja te contando que ela tem necessidades que precisam ser atendidas!
Bom, você deve estar se perguntando como isso funciona na prática! Primeiramente, vendo o seu filho – independente da idade que ele tenha – como um ser humano digno e capaz tanto quanto você. Dessa forma, você parte do princípio da empatia quando tiver que lidar com ele! Você pensa justamente no como gostaria de ser tratada se você estivesse na mesma situação! Não é uma “empatia rasa”, do tipo “ah, foi só um raladinho! Você não precisa chorar por isso”, porque pra você não faz sentido chorar por um raladinho! Mas é uma empatia profunda e verdadeira, na qual você pensa “se eu tivesse me machucado, mesmo que minimamente, e estivesse assustada e envergonhada e chorasse, o que eu gostaria de ouvir? Como eu gostaria de ser tratada?”. Essa empatia sim, te leva, de fato, a entender como você deve tratar seu filho! Sua resposta provavelmente seria a de que você gostaria de ser abraçada e validada!
Quando o seu bebê chora no berço, ao invés de pensar “essa criança não pára de chorar. Eu não tenho um minuto de sossego”. Você vai se colocar no lugar dele: “se eu fosse pequeno e indefeso, se não compreendesse tudo o que acontece ao meu redor e tivesse apenas uma pessoa de confiança, eu ia querer ficar perto ou longe dela? Ia querer ser atendido quando chamasse por ela ou ignorado?”
O problema é que nós mesmas não fomos acolhidas em nossas necessidades, em meio às nossas dores e medos. Aprendemos que precisamos viver para agradar o adulto, pois só assim seríamos dignas de amor. E hoje, com nossos filhos, precisamos aprender a empatia, precisamos nos reconectar com nossas emoções e necessidades para, então nos conectarmos com as deles e não reproduzirmos a mesma violência (física ou emocional) que nós mesmas fomos criadas. E isso é difícil.
Mas quando você consegue, verdadeiramente enxergar o outro, entender seu ponto de vista, entender o que se passa com ele, você consegue se conectar com o coração dele! E essa conexão é a chave para uma educação respeitosa, amorosa e encorajadora, que fará seu filho florescer!

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